O Banco Central do Brasil é provavelmente um dos maiores responsáveis por esta situação, uma vez que tem sido a força motriz por detrás de medidas que têm encorajado o desenvolvimento destas empresas e a abertura do mercado.
A agência tem as funções de regulador e supervisor do sistema financeiro, o que torna possível promover as mudanças necessárias para desenvolver a indústria que combina finanças e tecnologia.
De acordo com um relatório da Credicorp Capital, nos últimos anos, a agência impulsionou mudanças regulamentares a favor da concorrência e da inclusão na indústria financeira, o que, por sua vez, "fomentou a criação de numerosas fintechs, com algumas a atingirem o estatuto de unicórnio".
Durante o mandato de Henrique Meirelles entre 2003 e 2011, o BCB impulsionou reformas regulamentares que eliminaram o duopólio existente no mercado adquirente, "resultando em histórias de sucesso como PagSeguro, StoneCo, e GetNet.
Anteriormente, os compradores Cielo (antiga Visanet) e Rede de Itaú (então Redecard) eram os líderes indiscutíveis, com retornos anuais sobre o capital próprio de mais de 300%".
Isto levou ao facto de 48 empresas e pontos de venda concorrentes terem quadruplicado para quase 13 milhões de unidades, e a quota de pagamento ter aumentado de 34% para 54% em pouco mais de dez anos.
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"É razoável esperar que o mercado tenha um aspecto bastante diferente nos próximos anos, dada a rapidez com que estas iniciativas alteraram o sistema. Os investidores estão a apostar nele", observa Ciconi.